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Haddad acusa Bolsonaros de orquestrarem tarifa dos EUA contra Brasil

Haddad acusa família Bolsonaro de tramar tarifa de 50% dos EUA contra Brasil. Medida de Trump, sem base econômica, visa proteger aliado.

Foto: Arquivo Público - Ministro vê trama política de Trump e extrema direita em sanção

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Haddad Aponta Dedo aos Bolsonaros em Tarifa de Trump: Ataque ou Desespero?

Em mais um episódio da novela internacional que o governo Lula parece adorar estrelar, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, subiu o tom contra a tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros, anunciada em 9 de julho de 2025. Em entrevista ao portal Barão de Itararé, Haddad jogou a culpa no colo da família Bolsonaro, acusando-a de tramar com o presidente americano para sabotar o Brasil e salvar Jair Bolsonaro de processos judiciais. Segundo o ministro, a medida é uma “agressão inaceitável” sem qualquer lógica econômica, mas com um claro DNA político – e, como de costume, o governo Lula prefere apontar vilões a oferecer soluções concretas.

Haddad afirmou que a tarifa, que entra em vigor em 1º de agosto, é uma manobra articulada pela extrema direita brasileira, com destaque para declarações de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que teria sugerido que a pressão tarifária cessaria se o ex-presidente recebesse um perdão judicial. “O próprio Eduardo disse a público que, se não vier o perdão, as coisas tendem a piorar”, disparou o ministro, como se estivesse revelando um segredo de Estado. A acusação é grave: Haddad insinua que os Bolsonaros, acuados pelo julgamento de Jair por suposta tentativa de golpe em 2022, teriam convencido Trump a usar o comércio como arma para interferir na soberania judicial brasileira.

O ministro não poupou críticas à falta de racionalidade econômica da decisão. Ele destacou que o Brasil mantém um déficit comercial com os EUA há 15 anos, com um saldo negativo de mais de US$ 400 bilhões, o que torna risível a alegação de Trump de que a tarifa corrige um “desequilíbrio comercial”. “É uma decisão eminentemente política, insustentável tanto econômica quanto politicamente”, afirmou Haddad, com a confiança de quem acredita que a diplomacia brasileira pode desfazer o nó. No entanto, enquanto o governo posa de vítima de uma conspiração internacional, o mercado sente o impacto: o real caiu mais de 2% ante o dólar, e ações de empresas como Embraer e Petrobras despencaram.

Haddad também chamou a estratégia de “tiro no pé” da direita, especialmente por atingir São Paulo, maior exportador de produtos como suco de laranja e aviões, reduto eleitoral bolsonarista. “Até a extrema direita vai ter que reconhecer que prejudicou o principal estado do país”, ironizou, em uma tentativa de virar o jogo político. Mas a retórica de vitimização esconde um problema maior: o governo Lula parece mais interessado em culpar os Bolsonaros do que em apresentar um plano robusto para conter a crise econômica que a tarifa pode desencadear. A promessa de “diplomacia” para reverter a medida soa tão vaga quanto as habituais juras de transformação social do PT.

Enquanto Trump justifica a tarifa com acusações de “ataques à liberdade de expressão” – citando decisões do Supremo Tribunal Federal contra plataformas digitais – e apoio a Bolsonaro, que ele chama de “líder respeitado”, Lula respondeu reafirmando a soberania do Judiciário brasileiro. “Ninguém está acima da lei”, disse o presidente, em um raro momento de firmeza. No entanto, com o Brasil enfrentando a ameaça de retaliações comerciais e a possibilidade de escalada com seu segundo maior parceiro comercial, a bravata de Haddad e Lula pode custar caro. Por ora, o governo prefere o palanque à mesa de negociação, enquanto o brasileiro comum se prepara para pagar o preço de mais uma guerra política que pouco resolve e muito atrapalha.

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