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Lula amplia Bolsa Família e tenta comprar aplausos com novas promessas

Governo Lula amplia Bolsa Família para incluir pessoas em situação de rua e em risco social a partir de julho de 2025, mas eficácia é questionada.

Foto: Roberta Aline - Governo inclui novos grupos no programa, mas eficácia é questionada

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Em mais um ato de sua interminável busca por holofotes, o governo Lula anunciou, nesta quarta-feira, 9 de julho de 2025, a ampliação do Bolsa Família, agora estendendo o tapete vermelho para três novos grupos prioritários: famílias com pessoas em situação de rua, com membros em risco de violação de direitos e em insegurança alimentar. A medida, publicada na Portaria nº 1.97/2025 do Diário Oficial da União, entra em vigor na folha de pagamento de julho, mas já desperta desconfiança: será mais um show de populismo ou uma ação que realmente chega a quem precisa?

Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a inclusão desses grupos visa reforçar a “proteção social” e a “segurança de renda” para os mais vulneráveis. O ministro Wellington Dias, com o entusiasmo característico de quem parece sempre anunciar a solução definitiva para a pobreza, declarou que a medida reflete um “olhar articulado” com outras políticas públicas. Palavras bonitas, mas o histórico do governo Lula sugere que a distância entre o discurso e a entrega pode ser tão larga quanto o próprio Brasil.

Os novos grupos somam-se aos já contemplados pelo Bolsa Família, como famílias com vítimas de trabalho infantil, trabalho escravo, quilombolas, indígenas e catadores de recicláveis. O programa, relançado em 2023 com pompa e circunstância, promete integrar políticas de saúde, educação, esporte, ciência e trabalho para “transformar vidas”. No entanto, enquanto o governo pinta um quadro de redenção social, críticos apontam que a ampliação pode ser mais uma jogada para inflar a base eleitoral, sem atacar as raízes estruturais da pobreza. Afinal, o Brasil já viu esse filme: promessas grandiosas que, na prática, esbarram em filas, burocracia e recursos mal geridos.

O Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do país, é inegavelmente um pilar para milhões de brasileiros. Mas a inclusão de novos grupos prioritários levanta questões: o orçamento, já esticado como elástico velho, vai suportar? E como garantir que os benefícios cheguem de fato às pessoas em situação de rua, que muitas vezes nem documentos possuem? O governo não detalha como identificará esses novos beneficiários, nem como evitará fraudes ou desvios – velhos conhecidos de programas sociais brasileiros.

Enquanto Lula e sua equipe celebram a “sensibilidade social” da medida, o cidadão comum segue esperando que as promessas saiam do papel. Ampliar o Bolsa Família pode até render aplausos momentâneos, mas sem uma execução eficiente e transparente, o governo corre o risco de oferecer apenas mais uma miragem de transformação social. Por ora, o Brasil assiste, entre cético e esperançoso, a mais um capítulo da saga de um governo que adora prometer o céu, mas muitas vezes entrega apenas nuvens.

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