Índice
Alimento no Prato: Mais uma Promessa de Lula para Encher o Ego, Não o PratoCom o costumeiro alarde de quem parece acreditar que reinventou a roda, o governo Lula lançou, em 8 de julho de 2025, o Programa Alimento no Prato, uma iniciativa que promete, mais uma vez, acabar com a fome e transformar o Brasil em um paraíso de alimentos saudáveis. Publicada na Portaria MDA nº 29/2025 do Diário Oficial da União, a medida, conduzida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), jura de pés juntos que vai conectar agricultores familiares a consumidores famintos, promovendo renda, inclusão e sustentabilidade. Mas, em se tratando de um governo especialista em reciclar promessas, o ceticismo é inevitável: será que dessa vez o prato chega cheio?
O programa, inserido na Política Nacional de Abastecimento Alimentar (PNAAB), tem metas ambiciosas: conectar produção, processamento e consumo de alimentos saudáveis, fortalecer sistemas locais, incentivar a transição agroecológica e apoiar cadeias curtas de distribuição. Entre os alvos estão agricultores familiares, indígenas, quilombolas, assentados da reforma agrária e populações em insegurança alimentar. Até aí, tudo soa como um discurso bem ensaiado de palanque petista, com direito a menções a mulheres, negros, jovens e LGBTQIA+ para garantir o verniz progressista. A coordenação fica a cargo da Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar, que promete feiras livres, sacolões e até aplicativos de entrega para modernizar o acesso a alimentos.
Entre os instrumentos, destacam-se as Feiras Livres da Agricultura Familiar, Feiras Agroecológicas e o uso de imóveis da União para estruturar o abastecimento, conforme o Decreto nº 11.929/2024. O programa também planeja apoiar centrais populares de abastecimento e sistemas socioprodutivos na Amazônia, além de investir na capacitação de produtores. Tudo isso, claro, financiado por dotações orçamentárias, emendas parlamentares e “outras fontes” – um termo vago que, no Brasil, muitas vezes significa “vamos ver como arrumar dinheiro depois”. A transparência, garante o governo, será assegurada por monitoramento acessível, mas o histórico de execução de políticas públicas no país sugere que o acompanhamento pode ser tão confiável quanto uma previsão do tempo em dia de tempestade.
O problema é que o Alimento no Prato cheira a déjà-vu. Programas como o Fome Zero, marca registrada do primeiro governo Lula, já prometeram soluções milagrosas para a insegurança alimentar, mas esbarraram em burocracia, má gestão e desvios. Agora, com o Brasil ainda enfrentando desafios estruturais como desemprego e inflação, a iniciativa soa mais como uma tentativa de polir a imagem do governo do que como um plano robusto para transformar realidades. Afinal, como garantir alimentos saudáveis para quem mal tem renda para comprar o básico? E como estruturar cadeias de abastecimento em um país onde a logística é um pesadelo?
Enquanto Lula e sua equipe celebram o “compromisso com o povo”, o brasileiro médio segue esperando que as promessas saiam do papel e cheguem, de fato, ao prato. O Alimento no Prato pode até ter boas intenções, mas, sem execução eficiente e recursos garantidos, corre o risco de ser mais um capítulo na saga de um governo que adora prometer o banquete, mas entrega, na melhor das hipóteses, um lanche frio.