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Lula tenta maquiar SUS com 89 nédicos em Mato Grosso, mas será que resolve?

Mato Grosso recebe 89 médicos do Mais Médicos para áreas vulneráveis. Lula promete reduzir filas no SUS, mas eficácia é incerta.

Foto: Jeronimo Gonzales - Mais Médicos reforça áreas vulneráveis, mas promessas soam velhas

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Mais Médicos Chega a Mato Grosso, Lula Aplaude, Mas Paciente Espera

Com um alarde que parece saído de um comício, o governo Lula anunciou nesta segunda-feira, 7 de julho de 2025, a chegada de 89 novos profissionais do Programa Mais Médicos em Mato Grosso, prometendo reforçar o atendimento em áreas vulneráveis e territórios indígenas. Dos novos médicos, nove vão para os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) – seis no Araguaia e três em Cuiabá –, enquanto os demais se juntam às equipes de Saúde da Família. A iniciativa, parte de uma etapa que alocou 3.173 médicos em 1.618 municípios e 26 DSEIs, é vendida como solução para reduzir filas no SUS. Mas, com um histórico de promessas ambiciosas que raramente se concretizam, será que o governo petista entrega mais do que discurso?

A seleção, que atraiu mais de 45 mil inscritos, prioriza regiões com baixa densidade médica, segundo o Demografia Médica 2025, elaborado pelo Ministério da Saúde, USP e Associação Médica Brasileira. Dos médicos, os formados no Brasil já começaram a atuar desde 2 de julho, enquanto os formados no exterior passam por um Módulo de Acolhimento e Avaliação a partir de 4 de agosto. O programa, que cobre 94% do território nacional com 24,7 mil médicos, mira atingir 28 mil, atendendo 63 milhões de brasileiros. O secretário Felipe Proenço, do Ministério da Saúde, exalta a qualificação na atenção primária e a redução do tempo de espera, mas o tom de otimismo soa como eco de campanhas eleitorais passadas.

A realidade, porém, é menos glamourosa. Mato Grosso, com suas áreas remotas e populações indígenas, precisa desesperadamente de médicos, mas o programa já enfrentou críticas por falhas na execução e rotatividade de profissionais. A promessa de integrar prontuários eletrônicos e agilizar acesso à média e alta complexidade soa bonita no papel, mas o SUS segue engasgado com subfinanciamento e gestão caótica – problemas que Lula parece ignorar enquanto posa de salvador da saúde pública. Dos municípios atendidos, 75,1% são de pequeno porte, 11,1% de médio e 13,8% de grande, refletindo a aposta em áreas vulneráveis, mas sem garantias de impacto real.

Enquanto o governo celebra os 3.173 novos médicos como avanço, o brasileiro comum continua enfrentando filas e consultas adiadas. O Mais Médicos, relançado com pompa, repete a receita de 2013, mas sem resolver os gargalos estruturais. Lula e sua equipe investem em formação e especialização, como mestrado em Saúde da Família, mas o sucesso depende de logística e recursos que o governo, com sua costumeira falta de planejamento, raramente entrega. Por ora, Mato Grosso ganha 89 médicos, mas a dúvida persiste: será mais um remendo ou o SUS finalmente vai sair do papel?

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