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Plano Safra de Lula: promessas bilionárias e juros que sufocam

Plano Safra 2025/2026 de Lula promete R$ 516,2 bi, mas juros altos e falhas na execução frustram produtores. Fávaro exalta, mas agro sofre.

Foto: Ricardo Stuckert - Fávaro exalta plano, mas juros altos freiam o agro

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Fávaro exalta plano, mas juros altos freiam o agro Brasília, 07 de julho de 2025 – Em mais um capítulo da novela de promessas do governo Lula, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, subiu ao palco do programa Bom Dia, Ministro para vender o Plano Safra 2025/2026 como a salvação do campo brasileiro. Com um montante de R$ 516,2 bilhões destinados à agricultura empresarial, o governo alardeia um "recorde histórico" – o terceiro consecutivo, segundo Fávaro. Mas, enquanto o discurso oficial brilha com otimismo, os números e a realidade dos produtores rurais contam uma história menos encantadora.

O Plano Safra, lançado em 1º de julho, promete fortalecer médios e grandes produtores com R$ 415 bilhões para custeio e comercialização e R$ 102 bilhões para investimentos em infraestrutura. Fávaro destacou a ampliação do Pronamp, que agora abrange produtores com renda bruta anual de até R$ 3,5 milhões, e celebrou a "prioridade ao povo brasileiro", afirmando que o plano reduzirá preços de alimentos como arroz, feijão e carne. No entanto, o aumento nas taxas de juros – que subiram de 1,5% a 2% em relação ao plano anterior – revela o peso da Selic a 15%, que o próprio ministro criticou como "inadmissível" em um país com inflação supostamente controlada.

A ironia não passa despercebida: enquanto Fávaro aponta para "bênçãos divinas" e uma supersafra em 2026, produtores rurais enfrentam um cenário de crédito mais caro e dificuldades fiscais que limitam a execução do plano. A equalização de juros, que consome R$ 13,5 bilhões do Tesouro, é apresentada como um feito heróico, mas críticos, como o ex-diretor do Banco do Brasil José Carlos Vaz, apontam falhas na execução e juros que desencorajam investimentos. No X, a insatisfação ecoa: "Plano Safra 25/26: mais dinheiro, crédito caro!", ironizou um usuário, refletindo o sentimento de que o governo promete muito, mas entrega pouco. A regionalização dos recursos, outro pilar do plano, é vendida como um avanço para levar crédito ao Norte e Nordeste, com um aumento de 94% nos recursos para agricultura familiar nessas regiões. Mas o remanejamento mês a mês, que Fávaro descreve como "calibragem", soa mais como um improviso para tapar buracos em um sistema que historicamente favoreceu o Sul. A agricultura familiar, com R$ 89 bilhões alocados, mantém taxas de 3% para alimentos da cesta básica e 2% para cultivos orgânicos, mas o impacto real na mesa dos brasileiros ainda é questionável, com a inflação de alimentos teimando em não ceder.

Enquanto o governo Lula se vangloria do volume bilionário e da sustentabilidade – com incentivos para práticas como reflorestamento e uso de bioinsumos –, o campo enfrenta adversidades climáticas, como no Rio Grande do Sul, e a falta de um seguro rural eficiente. Fávaro promete reformular o seguro e prorrogar dívidas, mas produtores, já escaldados por promessas passadas, exigem ações concretas. A Frente Parlamentar da Agricultura, por sua vez, já convocou coletiva para questionar o plano, sinalizando que o Congresso não engolirá a narrativa oficial sem resistência.

No fim, o Plano Safra 2025/2026 é mais um espelho reluzente do governo Lula: reflete grandes números, mas esconde rachaduras. Com juros altos, execução duvidosa e um otimismo que beira o delírio, o plano pode até aquecer os discursos, mas deixa o agro brasileiro enfrentando a mesma velha tormenta.

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